Wanderlei Barbosa e esposa em avião pago pelo Governo Jatinho Milionário: Vazam detalhes de viagens particulares

Wanderlei Barbosa e esposa em avião pago pelo Governo Jatinho Milionário: Vazam detalhes de viagens particulares

Wanderlei Barbosa

Em meio ao maior escândalo político do estado, o afastamento por suspeita de corrupção, novos documentos revelam que o governador afastado Wanderlei Barbosa e a primeira-dama, Karynne Sotero, teriam usado um jatinho de luxo, locado pelo governo, para uma série de viagens pessoais e turismo.

A crise política no Palácio Araguaia parece não ter fim. Exatamente quando a poeira da “Operação Fames-19” começava a assentar, um novo vazamento, divulgado ontem (17) por veículos de imprensa como a TV Anhanguera (afiliada G1) e o Jornal do Tocantins, joga mais lenha na fogueira da gestão de Wanderlei Barbosa. O governador, que já está afastado do cargo por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ), agora se vê no centro de um novo escândalo: o uso de um jatinho público para viagens particulares com a sua esposa.

A denúncia é grave e sustentada por documentos. Planos de voo e registros de passageiros, aos quais a imprensa teve acesso, indicam um padrão de uso da aeronave que vai muito além das agendas oficiais. As viagens, que custaram centenas de milhares de reais aos cofres públicos, incluíam destinos turísticos no Nordeste e Sudeste do Brasil, e a lista de passageiros frequentemente incluía, além da primeira-dama, outros parentes de Wanderlei Barbosa sem qualquer vínculo com a administração pública.

Este escândalo não é sobre um único voo. É sobre a aparente normalização do uso de um bem de luxo, pago pelo contribuinte, como se fosse um “táxi aéreo” particular da família do governador afastado Wanderlei Barbosa. Enquanto o governador afastado luta na justiça para retomar o cargo, estas novas revelações complicam sua defesa e aprofundam a indignação da população, que vê o dinheiro de impostos ser usado para financiar passeios em praias e capitais distantes.

A “Ponte Aérea” Privada: O que Revelam os Documentos

O centro da investigação não é uma aeronave própria do estado, o que já seria grave, mas algo que, do ponto de vista financeiro, é ainda mais direto: um contrato de locação de um jato executivo. Informações que vieram à tona nos últimos meses, e que foram confirmadas pelo atual governo interino, mostram que a gestão de Wanderlei Barbosa mantinha um contrato de táxi aéreo que custava ao Tocantins cerca de R$ 20 milhões por ano.

Wanderlei Barbosa

Era esse avião, pago mensalmente, que servia às supostas viagens de turismo. Os documentos vazados ontem detalham essa rotina, do governador afastado Wanderlei Barbosa.

Uma das viagens mais gritantes, destacada na reportagem, ocorreu em maio. No dia 5 daquele mês, o governador afastado postou em suas redes sociais um vídeo tranquilo, pescando no Lago de Palmas, comemorando o aniversário do filho. Contudo, os registros de voo da aeronave oficial mostram um destino bem diferente: Campina Grande, na Paraíba. Na lista de passageiros, além de Wanderlei Barbosa, estavam sua filha e seu genro, ambos sem cargos no governo.

O padrão se repetiu. Poucos dias depois, entre 21 e 22 de maio, um novo voo foi registrado. O trajeto: Palmas, Brasília e, novamente, Campina Grande. O custo dessa única viagem para os cofres públicos foi de R$ 286 mil. E quem estava a bordo? Além de membros do governo, os documentos listam o filho do governador Wanderlei Barbosa, Rérison Castro (que é superintendente do Sebrae, uma entidade privada, e não servidor público), sua esposa e outros parentes.

Em outra viagem, esta custando R$ 189.750,00, Rérison novamente aparece como passageiro. A facilidade com que familiares, sem função pública, embarcavam em voos de centenas de milhares de reais pagos pelo estado, é o que choca.

Mas a ostentação, ao que parece, não se limitava ao Nordeste.

Luxo e “Voltas ao Mundo”: O Roteiro Turístico do Casal

As investigações da imprensa não pararam nos voos domésticos. Um levantamento feito no mês passado, também pelo Jornal do Tocantins, mostrou que o governador afastado Wanderlei Barbosa e a primeira-dama, Karynne Sotero, percorreram o equivalente a quase quatro voltas ao redor do mundo em viagens oficiais e, suspeita-se, nem tão oficiais assim.

Em apenas um ano, foram nove viagens internacionais para Wanderlei Barbosa e oito para Karynne. Os destinos incluíram Zurique, na Suíça, e Israel. Embora a defesa sempre alegue que eram “missões” para buscar investimentos, a frequência e o custo dessas viagens sempre estiveram sob escrutínio.

O vazamento de ontem reforça essa suspeita de turismo. Em uma das viagens registradas no contrato do jatinho, que passou por Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro, a própria primeira-dama registrou em suas redes sociais um “passeio na orla carioca”, longe de qualquer agenda oficial de governo.

É a soma desses pequenos registros que constrói a narrativa de um governo que, supostamente, perdeu a noção dos limites entre o público e o privado.

O Custo Milionário que Falta em Araguaína

Para o cidadão de Araguaína, Gurupi ou Palmas, esses números são mais que estatísticas. São o retrato do descaso. O custo de R$ 20 milhões por ano para manter um jatinho particular à disposição do governador é um valor que transforma realidades.

Vamos colocar em perspectiva o que apenas uma daquelas viagens, a de R$ 286 mil para Campina Grande, poderia fazer:

O que R$ 286.000,00 Poderiam Comprar para o Tocantins?

Custo da Viagem ParticularAlternativa na SaúdeAlternativa na EducaçãoAlternativa na Infraestrutura
R$ 286.000,00 (1 voo Palmas/BSB/Campina Grande)Custeio de dezenas de cirurgias eletivas no HRA.Compra de centenas de novos computadores para escolas.Reforma de pontes ou recuperação de quilômetros de estradas vicinais.

Quando se analisa que o contrato total era de R$ 20 milhões anuais, o valor que poderia ter sido investido em leitos de UTI, climatização de escolas ou segurança pública é assustador.

Um Novo Escândalo, Velhas Práticas

O que torna o vazamento de ontem tão potente é o contexto em que ele ocorre. Wanderlei Barbosa não é um governador em pleno exercício. Ele está afastado do cargo desde 3 de setembro de 2025, por uma decisão unânime da Corte Especial do STJ.

O motivo do afastamento é a “Operação Fames-19”, da Polícia Federal, que investiga um suposto esquema de corrupção que teria desviado até R$ 73 milhões na compra superfaturada de cestas básicas durante a pandemia de Covid-19. O STJ foi duro ao afastar o governador, citando que ele teria, supostamente, “transformado o governo do Estado em um verdadeiro balcão de negócios”.

A ironia é que, enquanto era investigado por desviar dinheiro destinado a comida para a população carente, o governador, segundo as novas denúncias, usava outro braço do orçamento para financiar turismo de luxo com a família.

E as más notícias para a gestão afastada não param aí. Também ontem, 17 de outubro, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) concluiu uma auditoria que aponta um superfaturamento de R$ 40 milhões em contratos de alimentação para o sistema prisional, outro escândalo que recai sobre a mesma administração. O vazamento sobre o jatinho, portanto, é a cereja no bolo da improbidade.

A Defesa de Wanderlei Barbosa e a “Canetada” de Laurez Moreira

Diante das acusações, a defesa do governador afastado e da primeira-dama tem um discurso padrão. Sobre as viagens internacionais, afirmam que todas foram de trabalho. Sobre o contrato do jatinho, quando o governador interino, Laurez Moreira, o suspendeu em setembro, a defesa de Wanderlei classificou a atitude como “uso político e sensacionalista”, alegando que o contrato era legal.

A defesa, no entanto, não consegue explicar as contradições flagrantes. A principal delas: como um governador posta um vídeo pescando em Palmas no mesmo dia em que o avião oficial, com sua filha a bordo, voa para a Paraíba?

A primeira atitude de Laurez Moreira (PSD), ao assumir interinamente, foi justamente atacar esse contrato. Em setembro, Laurez anunciou a suspensão imediata do aluguel do jatinho, classificando o gasto de R$ 20 milhões como um “absurdo” e “desperdício de dinheiro público”.

Em entrevista na época, Laurez foi direto, sem citar nomes, mas deixando claro o recado: “Entendo que o governador deve viajar… mas não sair com seus amigos para fazer viagens internacionais”. A auditoria que ele prometeu fazer nos contratos parece ter começado a vazar, e os resultados são os que a imprensa divulgou ontem.

Conclusão: O Voo da Vergonha e a Fatura de R$ 20 Milhões

O novo escândalo do jatinho é simbólico. Ele demonstra uma suposta desconexão profunda entre a elite governante e a realidade do povo. Para a gestão afastada de Wanderlei Barbosa, a aeronave parecia ser um direito, uma extensão do cargo. Para o contribuinte, é a prova material do privilégio.

Enquanto o governador afastado tenta reverter no STF seu afastamento pela “Operação Fames-19”, esse novo vazamento sobre o uso do jatinho público para viagens particulares com a sua esposa e família cria uma nova frente de desgaste. Mais do que isso, cria uma nova linha de investigação para o Ministério Público por improbidade administrativa.

A fatura do jatinho de R$ 20 milhões por ano foi suspensa. Mas a fatura política e judicial desse escândalo está apenas começando a ser cobrada.


Perguntas Frequentes (FAQs) sobre o Escândalo do Jatinho

Qual é a nova denúncia contra o governador afastado Wanderlei Barbosa?

Documentos vazados ontem (17 de outubro) e divulgados pela imprensa (G1/TV Anhanguera) mostram que Wanderlei Barbosa e a primeira-dama, Karynne Sotero, teriam usado um jatinho de luxo, locado pelo governo por R$ 20 milhões anuais, para diversas viagens particulares, incluindo destinos turísticos como Campina Grande (PB) e Rio de Janeiro (RJ).

A esposa e familiares de Wanderlei Barbosa também usaram o avião?

Sim. Segundo os registros de voo vazados, Karynne Sotero era passageira frequente. Além dela, a filha, o genro e o filho do governador, Rérison Castro (que não tem cargo público no estado), também teriam usado a aeronave oficial para agendas privadas, em voos que custaram centenas de milhares de reais.

Por que Wanderlei Barbosa já estava afastado do governo?

Ele foi afastado pelo STJ em 3 de setembro de 2025, no âmbito da “Operação Fames-19”. Essa operação da Polícia Federal investiga um suposto esquema de corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro que teria desviado R$ 73 milhões de contratos de cestas básicas durante a pandemia.

Qual foi o custo dessas viagens de jatinho?

O contrato de locação da aeronave custava R$ 20 milhões por ano ao estado. Os documentos mostram viagens específicas, como uma para Campina Grande que custou R$ 286 mil aos cofres públicos.

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