Parceria surpreende bastidores e gera dúvidas: reforço político ou risco calculado?
A movimentação política envolvendo a senadora Professora Dorinha Seabra Rezende (União Brasil) e o ex-governador Marcelo Miranda (MDB) causou um verdadeiro terremoto silencioso nos bastidores do Tocantins. A reaproximação, antes improvável, agora é um fato concreto: Miranda passou a integrar oficialmente o gabinete da senadora como assessor parlamentar em Brasília, reacendendo especulações sobre as estratégias para as eleições de 2026.
Com um histórico extenso na política tocantinense, tanto Dorinha quanto Marcelo têm em comum a habilidade de articulação e forte presença em diferentes regiões do estado. No entanto, enquanto a senadora busca consolidar sua imagem de renovação com experiência, o ex-governador carrega consigo um passado político marcado por altos e baixos — o que levanta questionamentos sobre os reais impactos dessa união.
Quem é Dorinha Seabra?
Dorinha, como é popularmente conhecida, é professora e especialista em políticas públicas de educação. Natural de Goiânia (GO), ela se estabeleceu no Tocantins ainda na década de 1990. Antes de entrar na política, foi secretária estadual de Educação e ganhou reconhecimento pela sua atuação técnica e compromisso com a melhoria do ensino no estado.
Eleita deputada federal em 2010, reelegeu-se com votações expressivas e chegou ao Senado em 2022, sendo a única mulher da bancada tocantinense no Congresso. Sua gestão é marcada por pautas ligadas à educação, saúde pública, desenvolvimento regional e defesa de direitos das mulheres.
Agora, Dorinha emerge como pré-candidata ao governo estadual e tenta se posicionar como nome de centro-direita capaz de unir diferentes alas políticas em torno de uma proposta técnica, moderna e dialogada.
Quem é Marcelo Miranda?
Marcelo Miranda é uma das figuras mais conhecidas da política tocantinense. Filho do ex-governador Brito Miranda, Marcelo Miranda iniciou sua trajetória política como deputado estadual e chegou a presidir a Assembleia Legislativa. Foi eleito governador por três vezes (2003–2009 e 2015–2018), tendo sua trajetória marcada por vitórias expressivas nas urnas — mas também por turbulências judiciais.
Durante seu último mandato, Marcelo Miranda foi cassado duas vezes por abuso de poder político e econômico e enfrentou investigações envolvendo corrupção, o que resultou em prisão preventiva durante operação da Polícia Federal. Mesmo assim, mantém forte influência em municípios do interior e ainda goza de respeito entre antigos aliados.

Seu retorno ao cenário político como assessor parlamentar de Dorinha acendeu o alerta em alas conservadoras que defendem uma política mais “desvinculada do passado”.
O impacto político da aliança
A entrada de Marcelo Miranda na equipe da senadora pode ser interpretada como uma jogada de bastidores para ampliar a capilaridade política de Dorinha, especialmente em regiões onde ela ainda enfrenta resistência eleitoral. Com a proximidade de 2026, quando haverá renovação do governo estadual, o movimento parece ter o objetivo de fortalecer a base da senadora no interior — terreno onde Miranda sempre teve presença firme.
Porém, o custo político dessa aliança ainda é incerto. Parte do eleitorado e até aliados questionam se a presença de Marcelo Miranda poderá se tornar um fardo, principalmente se a oposição focar em desgastar a imagem de Dorinha colando nela o rótulo de “velha política”.
Clima tenso nos partidos
A reaproximação entre os dois também expôs rachaduras tanto no MDB quanto no União Brasil. Dentro do MDB, o grupo do deputado federal Alexandre Guimarães, aliado do ex-presidente da Assembleia Amélio Cayres (também cotado para disputar o governo), vê a aproximação como um sinal de esvaziamento da legenda.
Já no União Brasil, rumores sobre a possível filiação de Dulce Miranda — esposa de Marcelo Miranda e atual deputada federal — acirram ainda mais os bastidores. Especula-se que Dulce poderia concorrer a uma vaga na Assembleia Legislativa ou mesmo disputar uma cadeira majoritária, elevando a temperatura dentro do partido.
Uma aposta de alto risco
No tabuleiro político do Tocantins, cada movimento conta — e Dorinha fez um lance arriscado. A aliança pode render bons frutos se souber aproveitar o capital político de Marcelo Miranda com cautela, mas pode sair caro caso os adversários consigam associá-la a práticas políticas que o eleitor mais crítico deseja deixar para trás.
Tudo dependerá da narrativa adotada pela campanha, da percepção popular e da forma como a senadora conduzirá essa parceria em um estado onde memória política e fidelidade regional têm um peso considerável.
Linha do tempo dos protagonistas
📍 Marcelo Miranda
- 1998 – Eleito deputado estadual.
- 2001 – Presidente da Assembleia Legislativa.
- 2002 – Eleito governador pela primeira vez.
- 2009 – Cassado do cargo por decisão do TSE.
- 2014 – Volta ao governo com nova eleição.
- 2018 – Novamente cassado e preso preventivamente.
- 2022 – Tenta voltar à política como deputado estadual, mas não se elege.
- 2024 – Assume cargo de assessor no gabinete de Dorinha.
📍 Dorinha Seabra
- 2000–2009 – Secretária de Educação do Tocantins.
- 2010 – Eleita deputada federal.
- 2014 – Reeleita com mais de 70 mil votos.
- 2018 – Novamente reeleita.
- 2022 – Eleita senadora da República.
- 2024 – Assume pré-candidatura ao governo com Marcelo Miranda como aliado.
Comentários simulados (reação pública)
José Carlos | Porto Nacional
“A Dorinha tem trabalho prestado, mas essa aliança com o Marcelo pode atrapalhar. A imagem dele ainda está muito arranhada.”
Luciana Araújo | Gurupi
“Política é estratégia. Se ela quer ganhar no interior, talvez precise mesmo do apoio de alguém como o Marcelo.”
Anderson Mendes | Araguaína
“Dorinha é nossa esperança de renovação. Só espero que essa parceria seja só pragmática e não ideológica.”
Perguntas frequentes (FAQ)
❓Por que Marcelo Miranda voltou ao cenário político?
Mesmo com a imagem desgastada, Miranda mantém influência em várias regiões do Tocantins e conta com apoio de lideranças locais. Seu retorno se dá como assessor parlamentar, cargo técnico que também tem valor estratégico.
❓Dorinha é oficialmente candidata ao governo?
Ainda não. Ela é considerada pré-candidata, mas vem se movimentando nos bastidores, ampliando base e firmando alianças.
❓A parceria entre os dois é duradoura?
Tudo indica que sim, ao menos até o período eleitoral. Ambos têm interesses estratégicos convergentes, e a aliança pode beneficiar os dois em diferentes níveis políticos.
❓Essa aliança pode afastar eleitores?
Sim, principalmente os eleitores que desejam renovação e associam Miranda a práticas políticas do passado. A oposição provavelmente explorará esse ponto.
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